entrevista com pedro luis

Ritmo é tendência

No dia 28 de agosto a banda, Pedro Luís e A Parede- PLAP- esteve em Juiz de Fora para apresentar seu novo cd Ponto de Enredo. Produzido por Lenine, esse é o primeiro disco só com inéditas da banda desde Zona e Progresso (PLAP/MPB/Universal), de 2001.
Pra a abertura da noite foram escalados os rapazes do grupo “3,2,Único”, que com sua proposta de apresentar identidades culturais a partir da musicalidade vêem se destacando na cena local.
Numa conversa com o nosso jornal Pedro Luís, explica porque para ele a Plap não se limita a um grupo de samba:
“Somos uma banda de pop- rock, a gente toca tudo na verdade, tudo o que a gente gosta e dentro dessas coisas, está o samba que é a matriz principal brasileira.”
Segundo ele nesse Cd, todas as músicas são parentas do samba e parte disso se deve ao cavaco, produzido pelo Luthier(feitor de instrumentos), Caio Caravelli, de Juiz de Fora –“ Todos nós temos instrumentos dele.Meu cavaco por exemplo. Desde que ele vem me acompanhando a acerca de 8 anos, eu acabei fazendo muitas canções assemelhadas ao samba porque ele é um instrumento que se presta para isso”
No álbum e na turnê, a banda conta com participação o guitarrista convidado Leo Saad,amigo de longa data do Pedro Luís, chegou a substituí-lo a frente da banda “Boato”(de música e poesia) e toca no Monobloco a muitos anos. “Era um desejo da gente de ampliar o aspecto harmônico da Parede e aumentar o repertório de possibilidades. O Leo já conhece o que a gente gosta e vice- versa.O aspecto nada convencional da sua guita fez toda diferença nesse cd.Foi um encontro perfeito!”
Falando em Monobloco, Pedro Luis explicou como surgiu esse fenômeno no Carnaval carioca: em 1999 pós turnê do segundo cd da Plap “É tudo 1 Real”, cada um seguiria seu caminho dentro de novos projetos.
Aconteceu então uma oficina da PLAP, no SESC Vila Mariana, em São Paulo que serviu de inspiração para criarem, uma oficina permanente no Rio de Janeiro, em que o mote era “Oficinas do monobloco: Venha aprender percussão com Pedro Luís e a Parede”.
A procura foi enorme por isso eles resolveram formar um bloco com seus alunos usando instrumentos de samba e a serviço de toda a música brasileira.
“São pessoas comuns que estão ali: um médico, um advogado, outro designe, outro vagabundo... (risos) A gente foi adaptando para que o negócio ficasse funcional e não muito complicado. Realmente o resultado é muito bacana!”
A criatura ficou maior que o criador e no desfile pela orla de Copacabana, que tradicionalmente encerra o carnaval, o Monobloco conta com uma bateria com cerca de 150 integrantes juntos dos cinco Plaps e outros 15 ritmistas profissionais.